Arquivo | outubro, 2012

Atendimento, não telemarketing.

15 out

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Me lembro como se fosse ontem, na aula do Marcão, na ESPM, enquanto ele fumava um maço inteiro de cigarros,  me perguntou com o que eu pretendia trabalhar em publicidade. Eu respondi como se fosse a coisa mais óbvia do mundo: “Criação ué! Sou super criativa, extrovertida, é a minha cara.” Meio que pensando: mas não é isso que todo mundo quer entrando aqui? Faculdade descolada, “melhor da américa latina”, criar as incríveis propagandas da Coca-Cola e da Nike, ESPM maravilhosa cheia de encantos mil! É meio isso né? “Já pensou em criação de gado?” Ele me respondeu. E assim começaram meus anos na faculdade.

O tal talento pra trabalhar em criação já foi pro saco logo no segundo semestre eu acho. Tinha um professor que parecia o Sr. Incrível da Disney e sempre olhava com uma cara de merda para meus trabalhos… Dava dó de mim. Logo eu, tão nerd, como eu não tirava 10? Fora a dificuldade pra mexer no photoshop (um beijo pra quem eu pagava pra fazer meus trabalhos!) e a tortura que era ter uma boa ideia que não fosse bocó, manjada ou que todos os amiguinhos da sala teriam. Desencanei de ser criativa e como 70% das pessoas que fazem ESPM (acabei de inventar essa estatística), achei que seria a melhor marketeira da história da humanidade. Mas na real eu nem amava tanto assim as aulas de marketing. As que me encantavam mesmo eram as de Teoria da Comunicação, Filosofia, Psicologia, etc. Mas era só o que faltava eu fazer essa faculdade e virar filósofa né? Acho que não era bem essa a ideia dos meus pais quando toparam pagar aquela fortuna todo mês.

Acabei virando atendimento. “Ah, tipo telemarketing? Tem que usar uniforme?” Pergunta minha avó. Não, não vó, atendimento de agência. A interface entre cliente e agência. Tipo uma administradora da conta com todos as outras áreas da agência. “Ah, entendi. Mas quando você vê na TV uma propaganda e diz “esse filme é meu”, como, especificamente esse filme é seu?” Boa pergunta vovó. Eu também não sei. E esse tipo de pergunta costuma vir de todos os lados e faz você se sentir a pessoa mais acéfala do universo. Você que criou o roteiro? Não não, foi a criação. Você identificou o conceito e teve um insight genial pra campanha? Não, isso foi o planejamento que fez. Ah, então já sei, você fez todo o planejamento de midia e comprou as inserções nos canais da TV e nas revistas de melhor circulação? Não, na verdade quem faz isso é o próprio departamento de mídia. Então você que filmou o filme de fato, e por isso ficou assim tão incrível. Não… isso quem fez foi a produtora com a coordenação do RTV. E quem imprimiu o anúncio e todas as outras peças, antes que você me pergunte, foi a produção gráfica, com todas as suas gráficas do pool do cliente. Mas então que raios que você faz? Cara, eu trabalho que nem uma camela grávida no deserto, mas de fato tá difícil de te explicar…

Eu tenho que falar com meu cliente 24 horas por dia (minha sorte é que hoje em dia são todos incríveis, mas já tive cada um…). E pretty much só eu tenho esse papel na agência. As outras áreas falam com o cliente quando convém, em grandes apresentações de campanha por exemplo. Pego briefings malucos e transformo em coisas cabíveis e normais para que o planejamento passe horas agonizando nos insights. Eu recebo da midia pedidos de material para veicular um filme amanhã sendo que ele nem sequer foi filmado. O RTV quer marcar filmagem e faturar sem nem ter me passado o orçamento do filme. Eu quebro galhos e me viro em mil pra colocar algo no ar em tempos tão recordes que chegam a ser inacreditáveis. Eu consigo parir apresentações e calls em diversas línguas quase todos os dias, ao mesmo tempo que monto planilhas de budget que não podem estourar, levo uma patada da criação, uma ligação mal educada de alguém, e ainda masco chiclete. Em paralelo me liga um motoboy porque não acha o cliente para receber o CD urgentíssimo com o animatic da campanha que lança ano que vem. Passo briefings pra criação e eles me olham com cara de que eu sou uma completa idiota que não sabe o que está falando. Don´t kill the messenger. Eu também não acho que esse produto é tão incrível como meu cliente acha. E tenho que pedir pizza 23:30 porque a apresentação de amanhã tá na metade ainda. Bem como vocês, queridos criativos. Eu respondo 8975 e-mails de todas as áreas em um só dia. Pensa que é fácil?

Mas ninguém me disse isso na faculdade! Cadê o glamour minha gente? Cadê as festas incríveis e criativos malucos com o pé na mesa e fumando maconha? Cadê os prêmios, a vida loka? Cadê aquele mundo fascinante da publicidade que todo mundo me contava? Me parece que isso não existe mais. Hoje existe uma publicidade legal mas não menos burocrática que qualquer outro negócio. Ainda divertida, mas muito mais séria e cheias de regras. Ainda mais informal e tênis all star, mas cheia de executivos se matando com prazos curtos e coisas pra ontem, em budgets mais curtos que a vinheta de 5″. Aquela publicidade do Mad Men, ficou lá, naquelas décadas. Perdeu um pouco o encanto. E de pensar que o Marcão já tinha me avisado lá no comecinho da faculdade e eu nem reparei. A publicidade não é mais a mesma. E ser atendimento nesse mundo é tarefa árdua meus amigos, tem que se virar em mil, e ter mais jogo de cintura que a Shakira. Não é fácil não. E mais difícil ainda é explicar o que se faz e o quão indispensável somos nós, esses estranhos atendimentos, os account services. Mas um dia eu te explico melhor. Agora preciso ir, meu telefone está tocando. Pela milésima vez do dia.

A mulher âncora e a mulher balão.

8 out

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Uma noite qualquer, jantando com a Paty, uma amigona minha e praticamente minha segunda consciência, ela me contou que existe uma tal teoria de mulher balão e mulher âncora. E me alertou que sou âncora. Claramente, na hora fiquei feliz, afinal mulher balão é mulher gorducha, não? Acontece que ser mulher balão é o que pega. E eu, no caso âncora, tô por fora, nada a ver, baixo astral.

Calma, eu explico. A sábia teoria consiste em que a mulher balão é aquela que puxa o homem pra cima, faz ele se sentir necessário, fundamental e indispensável na nossa vida. Faz ele achar que faz toda a diferença, que faz enooormes gestos pra agradar (tipo abrir a porta do carro que é uma tarefa muito difícil by the way). A mulher balão faz sempre ele se sentir o máximo por fazer isso, joga a auto estima dele lá pro céu. Voando.

É claro que a gente sabe que não é assim, que não precisa de ninguém pra abrir uma porta ou pra instalar a televisão (hoje em dia é só colocar na tomada, ó que gênio!), ou pra ligar pra NET dizendo que pifou. Mas a questão é a mulher fingir essa necessidade simplesmente pelo fato de merecer isso. Porque nós merecemos né Brasil? Vamos lá. E pelo cara se sentir bem, necessitado, presente, essencial. Eles ficam assim por força da mulher balão. Que é aquela que injeta doses diárias de ânimo e auto estima no meninão. É a que gosta de ganhar presentes, flores e fala isso. O cara se sente motivado a sempre trabalhar mais, pra sempre poder nos oferecer mais. É instintivo.

E a âncora, aaaaaah, a âncora. Quem é âncora levanta a mão o/ É aquela independente, aquela que não precisa de nada, que se vira em mil, a sabichona, que não pede ajuda nem pra trocar um pneu sequer. 333 Porto querido, eles trazem até lanchinho. Aquela que não precisa de nada nunca, autossuficiente. Oi, prazer, devo ter sido marinheira na outra vida. Como eu sou errada. Por isso tanta coisa se explica! A âncora se julga tão completa, que acaba se perdendo. Homem tá ali pra lhe servir de piroca e olhe lá, nem isso ela precisa. Pra tudo ela dá um jeito que não precise dele. Esse tipo de coisa puxa o cara pra baixo. Pro fundo do mar. Faz ele se sentir o pior dos lixos e sem a menor vontade de mudar ou de agradar. Tudo errado gente.

Pois bem, nós, mulheres inteligentes, multi tasks, independentes e incríveis temos uma baita tendência a ancorar. É normal. A sociedade nos pressiona pra ser assim. E os relacionamentos de hoje são tão difíceis e as biscates estão baixando tanto o nível que tudo nos obrigada a ser assim. Mais espertonas e portanto mais âncoras. É preciso muita inteligência pra ser balão, mesmo não precisando de nada. Porque é óbvio que a gente não precisa de nada. A gente precisa de ajuda pra carregar sacola? Não, claro que não. Qual a chance de eu precisar de ajuda pra levar uma sacola? Amigo, e como eu vivi em viagens a Miami e NY sem você até hoje? Existe até uma alça emborrachada portátil para segurar sacolas com mais conforto. Precisamos de flores sempre? Claro que não. Vou abrir uma floricultura? Preciso que me sirva ou que faça por mim as tarefas mais banais? Não. Tenho amigos, pai e irmão. Homem não falta. Mas a mulher balão incentiva o homem a dar flores toda semana, a elogiar sempre que possível e assim a ser um cara insubstituível.

Puta lição de vida, fala aí? Minha vida mudou depois dessa teoria. Eu repenso tudo em relação aos homens e analiso cada mulher pra saber se ela é âncora ou balão. E aí? Pra onde você vai no seu próximo relacionamento? Mergulhar em Cancun ou brincar nos ares da Capadócia?

Entrevista pro 1sete1

2 out

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O blog bombou, e é com o maior prazer e orgulho do mundo, que digo que ele é também uma coluna do incrível 1sete1.com.br da Pietra Bertolazzi. Então o que vocês encontram aqui, também encontrarão por lá. Com o toque todo especial 1sete1 de ser…

Aqui minha “estreia” e entrevista pra linda da Pietra. Enjoy :)

E pra você que como eu, pensava que depois do Instagram o Facebook não servia mais pra nada, um tempo atrás descobri o blog da Gabriela Marques por alguém que compartilhou um texto da prodígio, que com pouco tempo expondo suas crônicas comportamentais já é sucesso nacional e a partir de agora começa sua carreira como colaboradora no 1sete1, tornando-se a segunda Gabriela colunista do 1sete1. Logo, hoje 100% das minhas colaboradoras se chamam Gabriela.
O que me faz pensar que eu poderia só chamar Gabrielas para serem colunistas por aqui… Criando assim o primeiro exército de jornalistas Gabrielas do mundo! Mas esse é um projeto futuro.
Um pouquinho mais sobre a incrível nova colaboradora Gabriela:

Nome: Gabriela Marques

Idade aproximada: Ainda faltam alguns pros 30.

Profissão: Publicitária, mas já quis ser médica até quase desmaiar abrindo um sapo na escola.

Você por você mesma, em 140 caracteres: Exagerada, intensa, apaixonada, meio doida e feliz. Viciada em cinema, Suécia, seriados, Aerosmith, NBA, Pipoca e Coca Zero. E a mais nova colunista da 1sete1. Yay! (Passei dos 140 né? Sou prolixa também além de tudo…)

Beijo na boca é coisa do passado, a moda agora é…? Aparentemente… Gangnan Style, Loolapalooza, Inhotim, ser louca pelo Christian Grey, bandas indies, cabelo milimetricamente bagunçado e jantar no MIS.

O que você faz quando acaba a luz na sua casa? Faço valer a pena minha coleção de velas.

Tem vontade de escrever quando… O tempo todo. Tudo na minha cabeça viram textos e poemas e um possível roteiro de filme.

Que ítem você seria em uma cesta básica? O mais light e chato. Bem como eu sou para comer.

O que você vai escrever no seu túmulo?  “Aqui jaz uma boa gargalhada :) “.

Qual foi a coisa mais importante que você aprendeu na escola? A fórmula de Pitágoras e Bháskara. E a ordem dos planetas. Sei até hoje utilizando as primeiras letras da frase: Meu Velho Tio Mandou Junior Saborear Umas Nove Pizzas. (A Pizza já era, pobre Plutão!)

O que vai ficar pra trás? Espero realmente que o sertanejo universitário (e o pós graduado também), a noia do UFC, essa história de uma unha de outra cor e o tênis bizarro de salto.

Perdoaria a Kristen se fosse o Robert Pattinson? Acho que sim. Quem nunca né? (Eu nunca, mas sei lá, dizem que acontece).

O que você tem a dizer sobre as Olimpíadas que serão realizadas no Brasil? Infelizmente acho que será um grandessíssimo papelão. Mas ficarei feliz em ver o Kobe Bryant e o LeBron de perto. E toda a federação da Suécia.

Quer mandar beijo pra alguém? Pra minha mãe, pro meu pai, pro meu irmão e especialmente pra você que é uma linda e me chamou pro mundo 1sete1.

Murphy, seu cretino.

1 out

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Duvido muito das pessoas que dizem ter nascido com o cu pra lua. Ta ta ta, todo mundo tem uma sorte ou outra. Eu mesma me considero bem iluminada e sortuda. Mas não dá pra sempre se dar bem, sempre ter sorte, pra tudo dar certo. Pra ter nascido assim. É impossível. Tem aqueles dias que parece que TUDO dá errado. Em todos os aspectos que são possíveis. Aqueles dias que você pensa: “Bom, agora só falta um cocô cair na minha cabeça” E cai. Aconteceu comigo há algumas semanas atrás. Bem no meio da testa. Caiu, era verde e fedido.

Esses dias difíceis (vulgo cagados) são os que a Lei de Murphy impera. A famosa lei que tudo que pode dar errado, dará. Gente fina o tal do Murphy. E no meu caso, eu acho que o espírito dele às vezes fica comigo durante o dia inteiro, no meu cangote praticamente. É impressionante. Como num dia qualquer, no ano passado.

O dia tinha sido difícil no trabalho. Puxado. Aquela velha história de acharem que você trabalha no departamento de mágicas e que consegue fazer o possível e impossível. Pra ontem e numa verbinha camarada. Bom, mas era sexta e sexta é o dia da libertação o dia de se jogar nessa vida louca. É o dia que as pessoas mais esperam não? Pelo menos no meu facebook sim. Só se fala disso. Da sexta-feira, sua linda. E a linda chegou. E como de rotina, ou apenas para curar um dia ruim, fomos para a casa de todas as casas. A Love Story? Não. O Secreto.

Decidir a roupa foi um tormento. Naquele dia específico parecia que eu tinha engolido alguém. Ou a família toda desse alguém. Sei la, tava um boi. Nada ficava bom. Saia me deixava com pernas estranhas, regata me deixava com braço de gutcha. Um horror. Acho que meus espelhos foram trocados pelos da casa dos espelhos do Play Center,  todos me zoavam. Arrumei alguma coisa que cobria minha desgraça desse dia e fui. Combinei de encontrar minhas amigas lá. E fui de carro. Burra como sempre. Peguei o carro da minha mãe porque tava mais fácil. Burra de novo.  Chegando perto tava um mega trânsito. Descobri o motivo. Fui parada em duas blitz. Isso mesmo. Duas. Só que eram praticamente a mesma então eu tentei explicar pro cidadão mas ele não quis entender.

Moça, a senhora está alcoolizada?

Não moço, não é nem 1 da manhã e eu estou indo para o lugar. Se já estivesse bêbada teríamos um problema né?

A senhora se incomoda de soprar aqui?

Mas é que eu já fiz isso há alguns metros atrás seu guarda. E deu zero (exceto o Listerine). Posso seguir?

Desculpe senhora, é procedimento.

Mas é só você gritar pro jovem ali que deve ser seu amigo e perguntar se a Zafira preta tá liberada. Teoricamente se não tivesse eu nem teria passado por ele, certo?

A senhora terá que soprar aqui mesmo.

E o senhor enfia esse aparelhinho ….. onde achar pertinente. Pensei.

Soprei, deu zero obviamente e eu segui. Chegando lá fui parar com o Bartolomeu. O Bartolo é o guardinha da rua (que também se chama Bartolomeu alguma coisa). Um querido, e eu sempre paro com ele. (Oi? Você é amiga do guardinha da rua? Yep. That´s me!). Esse dia ele indicou uma vaga meio ruim e eu acabei levando o espelhinho de um Corolla que estava lá. E estraguei o meu também, da minha mãe no caso. Mas é claro, porque o dia tá todo cagado. Isso só complementa. Cheguei espumando na balada. Tava uma fila do capeta e minha amiga que ficou de me esperar já tinha entrado. Oi Murphy, ta legal aí de cavalinho nas minhas costas? Peguei a desgraçada da fila e entrei. Encontrei com as minhas amigas. Lembro de ter comentado com uma delas que gostaria que um carinha x estivesse lá. O carinha que eu tava saindo e tinha saído na quarta-feira e que tinha sido tão legal. Mas como ele tinha me mandado uma msg a tarde perguntando onde eu ía e eu disse que iria no Secreto e ele num bar, desencanei da ideia.

Peguei um drink e fui pra pista. Pra contextualizar, devia fazer 13 minutos que eu tinha entrado. E quando estávamos na pista, moving like jagger, eu vejo ele, o tal carinha que comentei. E ele também estava moving like jagger, com uma senhôura pendurada no pescoço. Sim amigos, ele estava se pegando loucamente com uma xubanga. Fiquei sem reação. Indignada. Queria ter filmado a minha cara naquela hora. Deve ter sido histórica. Eu tava perplexa. Não pelo fato dele estar com outra mulher, mas pela enorme cara de pau de fazer aquilo ali, onde sabia que eu estaria.

Continuei dançando mas me fiz perceber (provavelmente com meus olhares de lasers). E ele largou a querida ali e veio com cara de espanto falar comigo. “Desculpe, eu queria te fazer uma supresa”. Gargalhei internamente (e o Murphy deve ter desmaiado de tanto rir também). O grandessíssimo filho da puta ainda me diz que queria fazer uma surpresa? “Já fez.” Eu disse com um tapinha nas costas dele e ar de desprezo.

Daí o bossal foi atrás da minha amiga e explicou que queria estar lá quando eu chegasse, de surpresa, e aquela menina apareceu sei la de onde (de surpresa também, suponho eu). E ele não teve o que fazer. E blablabla, e não foi minha culpa, o cachorro comeu minha lição de casa. Aquele papinho. Ah, tchau tchau amigo. Me erra. Daí foi atrás de mim, tentou explicar de novo. E depois de ter ouvido as xorumelas, falei pra não se preocupar e pra ele ser feliz. Que era o que eu faria. E depois de algumas horas ele aparece de mãos dadas com a tal. E se pegando num canto qualquer. Again. Hilário. Mas foi ser feliz ué. Acho nobre. Eu fui ser feliz em casa. Chega de brincar de circo.

Chegando em casa vejo que o porteiro não abre a porta da garagem. E vejo que não tem ninguém na portaria. E depois de uns 35 minutos lá na porta agonizando, descubro que o porteiro ficou preso no elevador distribuindo jornal nos andares. Juro. Não me pergunte muita coisa sobre isso, mas eu juro que isso aconteceu. Pra completar o bom dia. E nesse meio tempo esperando o porteiro vem um inbox do tal. Enooorme, com mais texto que a etiqueta da Zara. Ai que saco amigo, segue o jogo, desencana. Nem te conheço, não deu tempo de me apegar não. E lendo a tal mensagem eu quase bato o carro na minha garagem. Chega, vou dormir. Eu não mereço ter passado por esse dia. Vou dormir antes que… sei lá, caia um meteoro de cocô na minha cabeça. Porque dizem que quando uma pomba caga na sua cabeça é sorte. Sim, puta de uma sorte, porque pra completar o dia, má sorte seria um javali voando.

Boa noite.