Arquivo | janeiro, 2017

Todo dia, tudo [de] novo.

31 jan

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Esse é o primeiro texto do ano. Eu sei que ele veio já quase nos 45 do segundo tempo pois logo já é fevereiro, mas ele veio. Essa sou eu no maior estilo “tardamos mas não falhamos”. E pra cumprir uma meta do ano de ter pelo menos um texto mês, aqui estamos. Numa terça-feira e não segunda como de costume, acho que pra quebrar um pouco as regras mesmo. Inclusive eu cheguei a pensar em fazer um balanço do ano que passou, ou então uma relação de coisas que espero desse ano mais ou menos como essa aqui, mas quebrando outra regra, a verdade é que esse ano eu não quero programar muito. Esperar e almejar sim, mas programar e ser tão rigorosa em cumprir tudo eu decidi que não quero tanto. Logo eu, metódica, programada, certinha e detalhista, dessa vez resolvi deixar as coisas um pouco mais soltas, um pouco mais na linha de deixar o vento, e a vida, me levarem. Pois é, a gente muda.

Acho que esse tipo de decisão vem com o tempo, com a maturidade mas principalmente do fato de olhar pra mais dentro e aprender com o que (ou quem!) você encontra dentro de si próprio. E acreditem, tem taaaanta coisa lá dentro. Se você der uma espiadinha pra dentro já vai se surpreender com o que encontrar. E foi nessas análises e viagens pra dentro de mim mesma que eu comecei a ver um monte de coisa, questionar algumas e entender tantas outras.

Dentre todas as coisas que descobri talvez uma das principais são as chances que temos. A todo o tempo. Eu comecei a me dar conta do tanto de recomeços que temos todos os dias. Já parou pra pensar nisso? Todo santo dia você tem a oportunidade de começar tudo de novo. Em praticamente todos os aspectos da sua vida. Tá, não dá pra mudar de trabalho todo dia mas dá pra mudar “o trabalho” todo dia. Não da pra mudar o mundo todo dia mas a maneira como você vê o mundo sim, sempre. Você pode sempre começar, recomeçar. O fato de você estar vivo já faz com que  você comece um novo dia, uma nova vida. Você pode começar uma nova meta, uma nova mania, pode ter uma nova dor, uma saudade, uma desculpa. Pode decidir ser mais saudável, ou mais quieta, ou melhor. Isso tudo só ao levantar da cama. Imagina daí pra frente… você pode viver um monte de coisas de novo e um monte de coisas novas, e isso é mágico.

Não tem um dia na minha vida que eu preferiria não ter vivido, nenhum deles. Até os mais terríveis eu sei que vieram por algum motivo e me fizeram tirar alguma lição daquilo. Hoje eu vejo e entendo. Demora, mas uma hora a vida ensina. As vezes os dias mais banais e mais do mesmo, eu tenho certeza que alguma coisa se tira dele. Coisas pequenas mesmo, ou até as mais importantes. Você pode ter lido uma matéria que te fez refletir, você pode ter pensado em alguém que deu saudades, pode ter ouvido uma frase inspiradora, pode ter visto um atitude que você não concorda e jamais faria, pode ter ouvido algo de alguém que te fez refletir, pode ter tido uma boa notícia, tomado uma decisão, recebido uma mensagem inesperada, um elogio do nada. Pode ter visto uma versão sua que você não gosta, ou gosta e quer ver mais vezes. Tem tantas pequenas grandes coisas todos os dias.

Pode ser ingenuidade ou utopia, eu sei. Mas eu aprendi a valorizar e amar cada recomeço. Todos eles. Todos os dias. Recomendo viu? E acho que o fato da ciência, os astros ou Deus ou qualquer força que faz amanhecer e anoitecer, é talvez a coisa mais bela que se pode viver e disfrutar. Afinal pra um novo dia (ou algo) entrar, o velho precisa ir. Para algo começar, alguma outra coisa teve que acabar e assim por diante. E essa é a delícia de estar vivo e poder recomeçar todos os dias. Até amanhã, até o novo recomeço.