Arquivo | setembro, 2014

Despedida de solteira.

29 set

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Esse último final de semana foi um daqueles inesquecíveis. Daqueles pra daqui uns anos contar pra filha adolescente e guardar pra sempre na memória e no coração, sabe? Foi a despedida de solteira de uma das minhas melhores amigas. “Ta ta ta, mas você tem casamento todo dia e mil despedidas e chás e tudo mais, ainda não acostumou?” – vocês devem estar pensando. Mas quando é das melhores amigas é tudo muito especial mesmo. Recentemente tivemos uma dessas, despedida tripla no RJ e foi simplesmente maravilhosa e inesquecível. Com direito a balada no Maraca, show do Buchecha, ex BBBs no calçadão (sim, somos baianas e tietes e tiramos foto!) e muita, mas muita gargalhada e vergonha das noivinhas amadas. Não entendo como os namorados têm ciúmes de despedidas. A gente fica tão zoada, com tanto acessório cafona, gritando tanto, em bando, pulando que nem retardadas… qual a chance de algum homem se aproximar da gente? Fiquem tranquilos, queridos. Somos repulsivas nesse momento. Fazemos papelão sem tamanho, podem dormir relaxados.

Bom, voltando ao final de semana, a despedida de agora foi bem diferente de todas que já fizemos porque a noiva em questão é bem diferente. Ela é única. Ela é professora (“sou morá, me dá um desconto, por favor”, como ela gosta de dizer), ela não tem redes sociais (portanto não é de se espantar quando ela pergunta: “Mas quem é Lala Rudge? Da onde vocês sabem essa fofoca?”) e ela, diferente de 90% do grupo, não gosta de balada. Odeia na verdade. Então a despedida foi bem a cara dela, no interior, tranquila, sem balada, com MUITO chocolate e coca zero, com todas as melhores amigas grudadas 24 horas nela e com dor de barriga (de verdade!) de tanto rir.

As provas foram as de sempre, meio pornográficas, engraçadas e bem particulares. Nossos trajes também foram basicamente os normais que usamos em despedidas: muitos acessórios, muita coisa que faz barulho, camisetas personalizadas, pintos por todos os lados, e coisas de casamento. O que a gente sempre sente quando viajamos juntas são aquelas coisas: felicidade pura, amor pelas amigas, orgulho pela nova fase da noiva, lealdade com todas que estão ali, um preenchimento e satisfação por ter pessoas como aquelas por perto, dentre mil outras coisas. O que eu acho que foi diferente dessa vez talvez tenha sido a sensação única que tenho certeza que todas tiveram: gratidão. Pela vida mesmo, pelo destino ter nos colocado juntas. Aquela coisa meio que “como é bom ter as mesmas amigas, há tantos anos e simplesmente nada mudar.”

Somos um grupo grande de amigas de infância e já passamos por tudo o que se pode imaginar juntas. E mesmo com as mudanças da vida, com as fases, com os caminhos distintos que se tomam, com as correrias do dia a dia, com o trabalho, família, compromissos, namorados, maridos, bebês, simplesmente nada muda entre a gente. Nunca. E desde sempre.

A mãe da noiva descolou pra gente um vídeo (uma relíquia, na verdade) de um dia que dormimos na casa dela e éramos bem crianças. Assistimos lá, todas de pijama, com colchões no chão, todas se esmagando, exatamente como na infância. O vídeo é de rolar no chão de rir. Eu achei que tinha que ir para o hospital de tanto que contorcia a barriga e o maxilar gargalhando descontroladamente. E o video mostrou mais uma vez pra todas nós um fato: a gente não muda, e simplesmente nada muda quando estamos juntas.

Gratidão é o que sinto. Pela vida, e por ela ter me dado de presente as minhas amigas. Do jeitinho que elas são. Cada uma delas. As do final de semana. E outras que não estavam por lá. Gratidão por essas amigas que fazem da minha vida muito mais completa, feliz e plena. Por elas estarem sempre por perto, da forma que for, nos melhores momentos da minha vida ou quando tudo parecia cair. Por serem elas as pessoas que me aceitam e me complementam cada uma com seu melhor. Por serem as pessoas mais retardadas e brilhantes que eu conheço. Por serem tão diferentes uma da outra e por todas serem responsáveis pelas minhas futuras rugas de expressão. Por me ensinarem tanto e a ser cada dia melhor. Por darem o toque de mágica na minha vida desde sempre serem assim, simplesmente elas. E por serem as pessoas que quero ficar velhinha e tomando chá no final da tarde falando dos netos. E finalmente por eu ter tido a sorte de estar presente na vida delas para sempre.

Obrigada amigas por tudo e por serem assim, minhas amigas. Não sou nada sem vocês e amor chega a ser bem pouco perto do sentimento que tenho por vocês.