Arquivo | julho, 2014

Depressão pós-copa.

14 jul

galvao

 

Não sou nenhuma fanática por futebol, nunca fui, não sei os nomes dos jogadores do meu time, Copa é modinha e blablabla, tudo isso aí que gente que realmente entende de futebol fala. É isso aí mesmo. Copa do Mundo é Copa do Mundo amigos, é muito mais legal que qualquer outra coisa no futebol, é a seleção dos melhores, é a união dos gringos, foi aqui em casa, é espetáculo, e sim, nessa hora somos todos fanáticos, todos comentaristas de plantão e entendidos de faltas e impedimento. Lidem com isso.

Pra mim, a Copa terminou da segunda melhor forma possível. A primeira obviamente seria o Brasil ganhando, e o David Luiz (<3)  levantando a taça e brilhando mais uma vez. (Ele levantaria depois do Thiago Silva, claro). Mas isso já entendemos que era impossível como o time que tínhamos, sem o Neymar, com o Fred múmia, sem treino, com Felipão, etc. Então já que era pra perder, que fosse para qualquer país, menos pra Argentina. Ver os hermanos ganhando no Maracanã era motivo de tristeza (e encheção de saco!) pro resto da vida. E ter uma final com a Alemanha, a seleção que apesar de ter nos dado um chocolate, foi a mais preparada, a mais simpática, a mais completa, a mais incrível, e tudo mais, isso foi a segunda melhor coisa da Copa, de fato. E foi jogão. Digno de final. A Argentina jogou demais (sejamos justos) e a Alemanha foi merecedora mesmo. Até porque aquele moço com todas as consoantes no sobrenome estava se machucando tanto que tava mais do que justo ele ganhar e acabar logo aquele UFC pra ele.

E agora que a Copa acabou fica aquele sentimento estranho… to assim, super #chatiada, sentindo uma falta de emoção, uma perda tão profunda. Como sobreviver a isso?

Como sobreviver a uma semana com 5 dias de trabalho?

Como sobreviver sem ver espetáculo todo dia? Sem ter aquela expectativa do próximo jogo? Todo dia, só jogão. Não tem aqueles programas sensacionalistas terríveis de gente que morre toda hora, de desgraça. Na copa só tem felicidade. Como voltar a ouvir as conversas sobre o Brasileirão, sobre o Criciúma e o Ponte Preta?    

Como sobreviver sem ver meu muso maior David Luiz a todo instante? Eu cheguei a conclusão, que é oficial, eu tô a fim dele. Sabe quando você acorda e pensa em alguém? Eu penso no David Luiz. Estou com sentimentos reais por ele, borboletas no estômago, não tô sabendo lidar com isso e nem com o final da Copa.

Como acompanhar o instagram, facebook, e twitter agora sem os melhores memes da história da humanidade? Como não checar mais o bolão de hora em hora?

Como não acompanhar diariamente as lindezas sem fim que foram essas alemães, holandeses, croatas, espanhóis fazendo o possível e impossível para o povo daqui e esbanjando carisma e simpatia por aí?

Como não respeitar uma seleção como a Alemanha que combinou de não nos humilhar no segundo tempo e levantou placa dizendo que não deixaria a Argentina ganhar na nossa casa?

Como não amar o Robben que corre mais que qualquer pessoa e no final do jogo nem tem cara de cansado? Parece que acabou de sair do banho. 

Como não se apaixonar pelo mocinho que fez o gol da Alemanha? Não é nem dimaior e fez o gol da glória! (Inventei… não sei a idade dele mas me parece 17 no máximo).

Como não lavar a alma com a cara de cu do Messi ao receber o premio de melhor jogador da Copa? Até ele sabe que foi de consolação. E como não concordar com o premio pra aquele muro de Berlim que era o goleiro da Alemanha?

Como não sentir falta dessa vibe única que a Copa deixa por aqui e a felicidade nas pessoas, até mesmo as que não acompanham. (Alguém não acompanha a Copa?)

Como sobreviver a esse mês incrível que passou e com essa sensação de dever cumprido com louvor? A Copa das Copas!

A copa vai deixar saudade. O David Luiz nem se fala. Que fique essa sensação boa que sentimos nesse último mês. Que os 10 gols que tomamos nos últimos 2 jogos fiquem apenas no nosso passado, como o aprendizado de que apenas nossa fama não traz a vitória. Que venha muito treino, muita humildade e dedicação do time que enfrentará as próximas. Que fique o sorriso no rosto, o frio na barriga e o Brasil no coração. Que venha Russia 2018!